Comunicadores da CNBB Regional Sul II presentes no evento. (Foto: Diocese de Guarapuava) |
São muitos os desafios para os mais de 600 profissionais de comunicação de várias partes do Brasil que estiveram reunidos no Santuário Nacional de Aparecida para o 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom).
Parte da Equipe organizadora do evento (Foto: Zulmar Faustino) |
Um deles sem dúvida é a profissionalização. Não dá para brincar de se comunicar, é preciso levar a sério com profissionalismo e capacitação dos agentes, para o bom desempenho de uma comunicação autêntica e eficaz. Boa vontade e as melhores intenções ajudam, mas não são suficientes. Um bom serviço de comunicação passa pela devida qualificação dos agentes, pelo aprofundamento e estudo dos fenômenos comunicacionais e pelo investimento em formação e equipamentos neste campo. Essa foi a conclusão da maioria dos participantes nos quatro dias de estudos, análises, palestras e oficinas.
Uma equipe de voluntariados, capitaneados pela comunicadora Irmã Élide Fogolari assessora da Comissão Episcopal Pastoral da Comunicação, trabalhou quase dois anos para organizar o evento, que foi coroado de pleno êxito.
Abertura do Encontro - Foto: Osmar Vieira |
A abertura solene aconteceu no dia 19 de julho de 2012, uma quinta-feira no subsolo do Santuário Nossa Senhora Aparecida. O mesmo auditório que foi sede da V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, de 13 a 31 de maio de 2007, que resultou no Documento de Aparecida.
Dom Dimas Lara Barbosa, presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação, Dom José Moreira de Melo, bispo de Itapeva (SP) e referencial para a comunicação no Regional Sul 1, os assessores do encontro, Irmã Élide Fogolari e Padre Clóvis Andrade e os Missionários Redentoristas padres César Moreira e Evaldo César, representando o Santuário Nacional e a Rede Aparecida de Comunicação, abriram o Encontro
Dom José Moreira em seu discurso ressaltou a importância do encontro e
Foto: Osmar Vieira |
Dom Dimas lembrou o valor de cada comunicador cristão e a missão que cada um deve assumir perante o Evangelho.
“Nós devemos crescer enquanto comunicadores cristãos. Devemos estar a serviço da Boa Nova e quebrar as barreiras, como a dificuldade de transmitir a fé às novas gerações, de modo que a nova linguagem seja fecundante do amor do Evangelho”.
A logomarca oficial da Pascom Brasil foi apresentada e explicada com detalhes a sua definição.
O jornalista e consultor Carlos Alberto di Franco, na sua palestra citou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche que chocou o mundo com a afirmação de que, Deus estava morto há mais de um século.
Carlos Alberto Di Franco (Foto: Osmar Vieira |
“Hoje, um século depois destas palavras, constatamos que este grande acontecimento já chegou aos ouvidos de boa parte dos nossos contemporâneos, para quem Deus não é mais que uma abstração. É o analfabetismo religioso. E este é um preâmbulo realista dos fatos”, relatou di Franco.
Di Franco disse que uma boa estratégia de comunicação institucional deve ser clara e estar alicerçada em princípios consolidados. “As organizações consolidadas são as que conseguem transmitir a sua mensagem sem ambiguidade. A boa estratégia de comunicação institucional depende disso: identidade, missão, uma doutrina clara e reputação, que resulta em autoridade, que podemos chamar também de prestígio”.
Referiu-se à empatia do Papa em relação à juventude ao constatar que milhares de jovens rebeldes e contestadores deixam as discotecas para ouvir a voz de um idoso, supostamente reacionário. Isso significa que eles querem reavivar a sua fé. Di Franco acredita que a Igreja deve dedicar sua mensagem para a juventude, especialmente na ocasião da Jornada Mundial da Juventude, mas com contornos profissionais sem amadorismos.
Videoconferência D. Cláudio - (Foto: Osmar Vieira) |
Ele afirmou que: “A Jornada Mundial da Juventude pode mudar a cara da Igreja no Brasil, depende de cada um de nós aqui hoje, para que a proposta cristã entre na agenda pública”.
Um dos pontos marcantes do encontro foi a presença ao vivo por videoconferência do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Cláudio Maria Celli, falando ao vivo de Roma destacando a necessidade das pessoas que trabalham com a comunicação buscarem sempre um alto profissionalismo. "A Igreja, neste contexto, deve anunciar esperança. Ela (a Igreja) é chamada a comunicar o mistério de Deus", afirmou Dom Celli e ressaltou, que ao longo desse processo há desafios pois a Igreja encontra dificuldades no diálogo com a cultura contemporânea e que esse anúncio não é uma tarefa só dos bispos, mas envolve o profissionalismo de todos.
Dom Celli ressaltou que a comunicação envolve a dimensão institucional mas também a dimensão pessoal e que: "Podemos comunicar algo, mas ao mesmo tempo comunicar a nós mesmos", disse que um dos grandes desafios da comunicação hoje é manter coerência entre o que a pessoa comunica e o que ela vive.